Thursday, April 18, 2013

 Descoberta de Bactérias Halófilas com mais de 30.000 anos 


          A sobrevivência de microrganismos em ambientes extremos constitui uma característica incomum de bactérias e de outros tipos de seres microscópicos. Um bom exemplo desses microrganismos são um tipo particular de bactérias, as halófilas, ou halofílicas,as quais vivem e se desenvolvem em ambientes com alta concentração de sais(NaCl). Vem daí o seu nome, uma vez que cloro é um halogênio (halo: de halogênio; filo: afinidade). 

          A presença de bactérias halófilas já foi detectada em sedimentos ricos em sais, datados de mais de 250 milhões de anos. Porém, a viabilidade celular de tais bactérias tem sido muito criticada, uma vez que não se sabe ao certo se estas bactérias ainda permaneceram vivas depois de todo este tempo, e por esse motivo levantou-se a hipótese de que uma manipulação menos cuidadosa teria levado à contaminação destas amostras com bactérias “atuais” e vivas.
        Em um estudo publicado neste ano pela revista Geology, pesquisadores da State University of New York conseguiram isolar e cultivar bactérias que se encontravam até então “dormentes”, na forma de esporos, minerais ricos em sais datados de entre 22.000 a 34.000 anos. Juntamente com as halófilas os pesquisadores encontraram fragmentos de algas do gênero DunaliellaO curioso detalhe apresentado pelo estudo foi que o tamanho das células das bactérias encontradas era muito menor do que o tamanho “normal” das células de bactérias comuns, o que indica que as halófilas que permaneceram todo este tempo em contato com altas concentrações de sais entraram em estado de desnutrição extrema, podendo chegar ao ponto de unicamente sobreviver pelo fato de aproveitar a matéria orgânica fornecida pelas algas com as quais estiveram em contato. As bactérias isoladas mostraram ser do grupo das Archea, um dos grupos mais primitivos de microrganismos, e foram classificadas como pertencentes aos gêneros HalorubrumNatronomonas eHaloterrigena

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